2.11.07

Youcali

Ou um post dedicado à Claudia Sousa Dias:



É quase no fim do mundo
Que meu barco errante
Vagueando pelas ondas
Me conduziu um dia
A ilha é pequena
Mas a fada que lá vive
Gentilmente nos convida
A um passeio por ali

Youkali
A terra dos desejos
Youkali
A alegria, o prazer
Youkali
É o lugar onde esquecemos os problemas
É em nossa noite como uma fresta de luz
A estrela que seguimos
É Youkali

Youkali
É a honra dos juramentos perdidos
Youkali
A terra do amor correspondido
É a esperança
Que há em todo coração humano
A libertação do que esperamos para o amanhã

Youkali
A terra de nossos desejos
Youkali
É alegria, é prazer
Mas é um sonho, uma insensatez
Não há
Youkali"

-Kurt Weill

Youkali é um "Tango Habanera" composto por Kurt Weill durante o seu exílio em França. Na verdade, Weill escrevera a música em 1934 (para a peça Marie Galante) e só em 1946 Roger Fernay criou esta letra. Música e poema invocam uma ilha paradisíaca e o desejo de fuga de uma Europa ameaçadora, em vias de entrar na II Guerra Mundial. Um ano depois de ter composto esta canção, Weill deixou a França em direcção aos EUA, escapando assim à perseguição nazi.

Rui Pedro - Andarilho

PANO CRU


BEBIANA


MALA REPUTATION



Rui Pedro fez a primeira parte do concerto de Lloyd Cole, em Aveiro.

Lloyd Cold

Ele cantou Jennifer She Said, mas senti falta dos Commotions. Ou seja, Lloyd Cole é exímio mas depois da quinta canção já sentimos um certo enfado (acho que usei uma palavra muito forte; vamos antes dizer, sonolência)(esqueçam, eu gostei)(há nele uma tal bonomia!)(preferia beber uns copos com ele, podia ser a Super Bock que tanto aprecia, e que ele fosse entrecortando a conversa com uma, duas canções)(o rapaz do vídeo de baixo pode continuar no vídeo)(o Lloyd Cole de hoje, com as duas guitarras, que ele próprio afina - o luxo do afinador profissional acabou há algum tempo - parece bem consigo mesmo)(cada vez menos popular, diz)(isso é o menos)(mas exige-se menos reserva num espectáculo intimista)(e variações de ritmo!)(a sério, fiquei com mais vontade. mais vontade de conversar do que de o ouvir cantar)(merda, mas ele é mesmo bom músico)(vão vê-lo e decidam, que eu não consigo desatar isto)

1.11.07

Lloyd Cole


Don't Look Back

O concerto é logo, logo, às 21:30h no Aveirense.

30.10.07

Ópera Três Vinténs

Ópera "Três Vinténs" de Kurt Weil

Orquestra Sinfonieta da Esmae. Direcção Musical - António Saiote.
Encenação - Marcos Barbosa.
Coro – Estúdio Ópera do Departamento de Comunicação e Artes da Universidade de Aveiro.
Co-produção – Fundação João Jacinto Magalhães e Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão.

No Teatro Aveirense, hoje, às 21:30h.



Adenda: Depois desta ópera de Kurt Weil, e tendo já visto Orfeu nos Infernos, não tenho dúvidas de que vou manter-me fiel aos espectáculos da Classe de Canto da Universidade de Aveiro. A encenação de Marcos Barbosa é fiel à intenção original da criação de um novo teatro musical: os conceitos de ópera e de teatro aliam-se com humor e eficácia. A tradução e a integração da mesma (texto) na dinâmica da peça foram decisões inteligentes. Cómica, poética, grotesca, agridoce, cruel, irónica, ontem reconhecemos o espírito Brechtiano. O público aderiu. Culpa nossa, Bertolt Brecht está longe de estar obsoleto.

21.10.07

Espírito Nativo

Jacqueline Mercado é mexicana, Pumacayo Conde é peruano, Rui Meira e Ricardo Gouveia são portugueses. Os quatro sentem passion pela música ibero-americana. Pesquisaram e dominam as outras personagens que entram no espectáculo: a quena, a flauta de pâ, o charango, o quatro venezuelano, o bombo leguero, congas, bongôs, chajchas, o palo de agua, clavas e maracas. Chacareras e zambas argentinas, huayños das comunidades andinas, cúmbias da Colômbia, joropos da Venezuela, rancheras mexicanas, um continente de ritmos e palavras. Ontem ouvi muito mais que este repertório. Estabeleceram pontes. O folclore português e o uruguaio, Victor Jara e Zeca Afonso, por exemplo.
Jacqueline e Rui Meira são ainda dotados de uma voz belíssima, caliente, portentosa. E têm alma.
O grupo chama-se Espírito Nativo (bom site) e pude ouvi-los no Cine Teatro de Estarreja. O público apreciou mas eram poucos os verdadeiros aficionados. A América Latina é um continente em via de descoberta e de reinvenção, mas é preciso navegar, pá. Do outro lado do mar não existe apenas o grande Brasil. O projecto ganha mais sentido por isso mesmo. A multiculturalidade assumida torna-os ímpares.
Atentem aos futuros concertos, procurem-nos. Deixaram-me uma fotografia de um espectáculo no Palácio Foz com os contactos escritos:
Tel: 966 555 809/966 497 225
espiritonativo@espiritonativo.com

Eu gostaria de os ouver mais por aí.

19.10.07

BS #11 Claude Nougaro

O seu mentor foi Georges Brassens. Foi poeta, pintor-desenhador, cantor de cabaret. Tornou-se um músico fantástico. mais um que Portugal não importou em vida: Claude Nougaro (aproveitem para ver no site a «ficção musical») (1929-2004).

TOULOUSE


TU VERRAS


ARMSTRONG


CINEMA

BS #10 Henri Salvador

Ele tem mais de 90 anos. Conheci-o quando vivia em França. De si próprio diz que inventou a Bossa Nova, porque influenciou João Gilberto, Jobim, Vinicius, de quem se tornou amigo nas suas andanças pelo Brasil há muitas décadas atrás. Ele era um francês da Guiana, trazia consigo essa mistura de influências, um dom para o jazz, uma forma de cantar baixinho, de quem parece que conversa, letras simples. Ri-se muito. As gargalhadas são sonoras, abertas, nada parecidas com as melodias que sussurra, que arrasta de forma tão sensual. Gosto dele. Por cá, poucos o conhecem. A língua francesa arrepia público. É pena. A língua francesa é como as longas caminhadas pelo meio de áleas. Já não se usam, o presente elegeu o jogging. Pena que se abandonem bons velhos hábitos sem pensar. A avidez pela novidade elimina demasiadas coisas saborosas. Henri Salvador é saboroso. muito saboroso. O seu canto é estranho familiar. Isso devia chegar.
Chambre Avec Vue, Perfomances (que inclui
Jardin d'Hiver), Ma chère est Tendre, Révérences são os últimos álbuns. Álbuns de 2000, 2002, 2003 e 2006. Henri tem quase cem anos. Jacqueline Garabedian esteve a seu lado durante vinte e seis anos. Henri ri e chora muito também. Quando o ouvimos cantar Avec le Temps (de Léo Ferré) pensamos na morte de Jacqueline e em todas as "nossas" mortes. Petit Fleur/Bonjour Sourire é assim uma coisa quase coquette, não é o Henri Salvador que ouço normalmente. Mas (também) faz parte da sua longa história.



HENRI SALVADOR


Si les fleurs
Qui bordent les chemins
Se fanaient toutes demain
Je garderais au cœur

Celle qui
S'allumait dans tes yeux
Lorsque je t'aimais tant
Au pays merveilleux
De nos seize printemps
Petite fleur d'amour
Tu fleuriras toujours
Pour moi

Quand la vie
Par moment me trahit
Tu restes mon bonheur
Petite fleur

Sur mes vingt ans
Je m'arrête un moment
Pour respirer
Ce parfum que j'ai tant aimé

Dans mon cœur
Tu fleuriras toujours
Au grand jardin d'amour
Petite fleur...

Dans mon cœur
Tu fleuriras toujours
Au grand jardin d'amour
Petite fleur...

[Foto: Henri Salvador et Annie Cordy em Bonjour Sourire de Claude Sautet, 1955]

7.10.07

LA FOULE

HIGELIN ET AGNES JAOUI

BS #9

Boris Vian tinha apenas trinta e nove anos quando morreu (1920-1959) mas teve tempo para ser, em simultâneo, engenheiro, inventor, músico e crítico de jazz, poeta, romancista, cenarista, tradutor, cronista, actor e intérprete das suas próprias canções. Receios?

"- E se, à ida, nos enganamos no caminho?
- Que mal faz? À vinda também o senhor se perde, e pronto."

in Boris Vian, O Outono em Pequim
Dom Quixote, 1989, pp. 65



LA JAVA DES BOMBES ATOMIQUES

Letra: Boris Vian. Música: Alain Goraguer 1955

Mon oncle un fameux bricoleur
Faisait en amateur
Des bombes atomiques
Sans avoir jamais rien appris
C'était un vrai génie
Question travaux pratiques
Il s'enfermait tout' la journée
Au fond d'son atelier
Pour fair' des expériences
Et le soir il rentrait chez nous
Et nous mettait en trans'
En nous racontant tout

Pour fabriquer une bombe " A "
Mes enfants croyez-moi
C'est vraiment de la tarte
La question du détonateur
S'résout en un quart d'heur'
C'est de cell's qu'on écarte
En c'qui concerne la bombe " H "
C'est pas beaucoup plus vach'
Mais un' chos' me tourmente
C'est qu'cell's de ma fabrication
N'ont qu'un rayon d'action
De trois mètres cinquante
Y a quéqu'chos' qui cloch' là-d'dans
J'y retourne immédiat'ment

Il a bossé pendant des jours
Tâchant avec amour
D'améliorer l'modèle
Quand il déjeunait avec nous
Il avalait d'un coup
Sa soupe au vermicelle
On voyait à son air féroce
Qu'il tombait sur un os
Mais on n'osait rien dire
Et pis un soir pendant l'repas
V'là tonton qui soupir'
Et qui s'écrie comm' ça

A mesur' que je deviens vieux
Je m'en aperçois mieux
J'ai le cerveau qui flanche
Soyons sérieux disons le mot
C'est même plus un cerveau
C'est comm' de la sauce blanche
Voilà des mois et des années
Que j'essaye d'augmenter
La portée de ma bombe
Et je n'me suis pas rendu compt'
Que la seul' chos' qui compt'
C'est l'endroit où s'qu'ell' tombe
Y a quéqu'chose qui cloch' là-d'dans,
J'y retourne immédiat'ment

Sachant proche le résultat
Tous les grands chefs d'Etat
Lui ont rendu visite
Il les reçut et s'excusa
De ce que sa cagna
Etait aussi petite
Mais sitôt qu'ils sont tous entrés
Il les a enfermés
En disant soyez sages
Et, quand la bombe a explosé
De tous ces personnages
Il n'en est rien resté

Tonton devant ce résultat
Ne se dégonfla pas
Et joua les andouilles
Au Tribunal on l'a traîné
Et devant les jurés
Le voilà qui bafouille
Messieurs c'est un hasard affreux
Mais je jur' devant Dieu
En mon âme et conscience
Qu'en détruisant tous ces tordus
Je suis bien convaincu
D'avoir servi la France
On était dans l'embarras
Alors on l'condamna
Et puis on l'amnistia
Et l'pays reconnaissant
L'élu immédiat'ment
Chef du gouvernement



JE BOIS

Letra: Boris Vian. Música: Alain Goraguer 1955

Je bois
Systématiquement
Pour oublier les amis de ma femme
Je bois
Systématiquement
Pour oublier tous mes emmerdements

Je bois
N'importe quel jaja
Pourvu qu'il fasse ses douze degrés cinque
Je bois
La pire des vinasses
C'est dégueulasse, mais ça fait passer l'temps

La vie est-elle tell'ment marrante
La vie est-elle tell'ment vivante
Je pose ces deux questions
La vie vaut-elle d'être vécue
L'amour vaut-il qu'on soit cocu
Je pose ces deux questions
Auxquelles personne ne répond... et

Je bois
Systématiquement
Pour oublier le prochain jour du terme
Je bois
Systématiquement
Pour oublier que je n'ai plus vingt ans

Je bois
Dès que j'ai des loisirs
Pour être saoul, pour ne plus voir ma gueule
Je bois
Sans y prendre plaisir
Pour pas me dire qu'il faudrait en finir...

Boris Vian, Le Déserteur


Le Déserteur é uma das canções mais célebres contra a guerra. Uma canção antimilitarista mas não "pacifista": os versos finais originais cantavam «Prévenez vos gendarmes, que je serai en arme et que je sais tirer». A canção nasce num contexto particular em França: a guerra da Indochina tinha terminado há pouco tempo e a guerra da Algéria começava.
O manuscrito da canção data de 15 de Fevereiro de 1954. Marcel Mouloudji foi o seu primeiro intérprete - numa emissão da Europe 1 (rádio) a 4 de Março de 1954 (com o último verso já modificado e com as referências ao «Président» substituídas por vagos "Messieurs»). Foi um escândalo.

Em Janeiro de 1955, Paul Faber, conselheiro municipal da cidade de Paris, reclama a censura da canção e consegue que Le Déserteur não volte a ser transmitido na Rádio. Boris Vian reage com ironia: declara que a sua canção é "nullement antimilitariste, mais, je le reconnais, violemment pro-civile". Envia uma
carta aberta a Paul Faber em que, entre outras coisas, reflecte sobre a expressão "Ancien combattant". Ainda hoje, este estatuto tem um peso considerável na sociedade francesa (o meu sogro, um "ancien combattant" obrigado a participar na guerra da Argélia, recebe, como tantos outros, bombons do Maire de Paris pelo Natal !). Segundo Boris Vian, os antigos combatentes não deveriam vangloriar-se de ter feito a guerra, mas antes lamentar a sua participação - "un ancien combattant est mieux placé que quiconque pour haïr la guerre". Boris Vian declarou ainda que a maioria dos verdadeiros desertores eram "anciens combattants" que não tiveram força para ir até ao fim do combate. "Et qui leur jettera la pierre ? Non. si ma chanson peut déplaire, ce n'est pas à un ancien combattant, cher monsieur Faber."

Censurada ou boicotada pela Rádio e pelas editoras, Le Déserteur caiu quase no esquecimento; Boris Vian morre em 1959; Marcel Mouloudji é banido da chanson française e condenado a uma espécie de exílio artístico que dura dez anos.

Será apenas em 1966, com a vaga de canções de protestos que se seguiram à revolta na universidade Berkeley contra a guerra no Vietname, que Le Déserteur é redescoberto por Peter, Paul and Mary (com o título The Pacifist), que a cantam em francês com uma curta introdução em inglês. Le Déserteur transforma-se no símbolo do movimento e dá a volta ao mundo.

Desde então, têm sido vários os intérpretes da canção. Serge Reggiani, Joan Baez - apenas para falar dos meus preferidos - cantaram Le Déserteur. Por cá, foi José Mário Branco que a cantou, entre 1966 e 1974, numa versão traduzida para a língua portuguesa.






Monsieur le Président
Je vous fais une lettre
Que vous lirez peut-être
Si vous avez le temps
Je viens de recevoir
Mes papiers militaires
Pour partir à la guerre
Avant mercredi soir
Monsieur le Président
Je ne veux pas la faire
Je ne suis pas sur terre
Pour tuer des pauvres gens
C'est pas pour vous fâcher
Il faut que je vous dise
Ma décision est prise
Je m'en vais déserter

Depuis que je suis né
J'ai vu mourir mon père
J'ai vu partir mes frères
Et pleurer mes enfants
Ma mère a tant souffert
Elle est dedans sa tombe
Et se moque des bombes
Et se moque des vers
Quand j'étais prisonnier
On m'a volé ma femme
On m'a volé mon âme
Et tout mon cher passé
Demain de bon matin
Je fermerai ma porte
Au nez des années mortes
J'irai sur les chemins

Je mendierai ma vie
Sur les routes de France
De Bretagne en Provence
Et je dirai aux gens:
Refusez d'obéir
Refusez de la faire
N'allez pas à la guerre
Refusez de partir
S'il faut donner son sang
Allez donner le vôtre
Vous êtes bon apôtre
Monsieur le Président
Si vous me poursuivez
Prévenez vos gendarmes
Que je n'aurai pas d'armes
Et qu'ils pourront tirer


Letra de Boris Vian - Música de Boris Vian e Harold Berg - 1954

[Download do mp3 aqui]

1.10.07

BS #8

Deixa lá recomeçar a série Banda Sonora. Mais uma mulher, africana, nascida no Benim, Angélique Kidjo. ou como a cultura popular pode desafiar a autoridade e o status quo.
e estabelecer parentescos entre nações.

CONGOLEO


TUMBA


VOODOO CHILD (de JIMI HENDRIX)


Com Henri Salvador, ela canta LE MONDE COMME UN BÉBÉ no álbum Oyaya! Mas fiquei orfã de mp3. Deixo-vos JARDIN D'HIVER de HENRI SALVADOR, para imaginarem a fusão das duas vozes. Sabe a pouco, eu sei, sabe a tanto.



[Arquivo BS do D&C: 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1, e continuem a ouvir o Banda Sonora no RCP]

23.9.07


Romy no estúdio no momento da gravação de Merci Monpti, com o compositor Martin Böttcher.







Romy Schneider. apeteceu-me. em dia de aniversário



Le Vieux Fusil, Robert Enrico, 1975
Romy e Philippe Noiret. que se nos arrebatam...



Les Choses de la Vie, Claude Sautet, 1970
Romy e Piccoli. que nos cantam Hélène, uma primeira vez...



La Piscine, Jacques Deray, 1969
Romy e Delon. que se amam...


[Romy Schneider. Viena, 23 de setembro de 1938 — Paris, 29 de maio de 1982]

21.9.07

Cheb Khaled

DIDI


Recordar o espectáculo na Casa da Música e como a plateia se amotinou para dançar les chansons rai. Ou Khaled no camarim envidraçado e suas Didi na praça a chamar por ele. Khaled!!!!

11.9.07

The windows of the world

«The Windows of the World era o nome do restaurante situado no 107° piso da Torre Norte do WTC. Estavam 171 pessoas nesse restaurante (incl. 72 empregados) no momento do choque do Boeing. The Windows of the World é também o título de uma canção de Burt Bacharach e Hal David, interpretada por Dionne Warwick em 1967. A canção foi escrita contra a guerra no Vietname mas a mensagem ainda é válida e sê-lo-á durante muito tempo.» (ver aqui o Post de 2005)


The windows of the world are covered with rain,
Where is the sunshine we once knew?
Everybody knows when little children play
They need a sunny day to grow straight and tall.
Let the sun shine through.

The windows of the world are covered with rain,
When will those black skies turn to blue?
Everybody knows when boys grow into men
They start to wonder when their country will call.
Let the sun shine through.

9.9.07

It's a man's world

e eu deixo, com prazer, quando é assim:

6.9.07

A canção do que dorme

Subo ao sono
Os seus degraus são sete
Tu estás no sono
Elegia daquelas que partem
E um ícone de reprovação

Subo ao sono
Os seus degraus são sete
Exactamente

E nada acontece
Ou termina!
Acendo a luz
Para que os mortos vejam o sono.


Ghassan Zaqtan
in O Estado do Mundo
Fundação Calouste Gulbenkian/Tinta da China
2007, pp. 66


Acendam a luz por Pavarotti, falecido hoje. Acendam a luz por Eduardo Prado Coelho - cujas crónicas lia raramente sabe-se lá porquê, mas que me ofereceu «Os Universos da Crítica» aos vinte anos e deu vida neste país à figura de uma ciência que nunca deixou de me fascinar, a semiologia. Acendam a luz por Ingmar Bergman que, com «O Sétimo Selo», me fez acreditar na morte como um deus. um dia conto-vos. Acendam a luz por Antonioni que engrandeceu, blow-up, Vanessa Redgrave, um beijo, um parque e uma morte, fundindo ilusão e realidade. Façam-no também por Francisco Umbral que me disse «(E) como eram as ligas de Madame Bovary». Acendam a luz pelos 14 civis mortos na madrugada de hoje num bairro de Bagdad, enquanto dormiam, na sequência de um ataque aéreo americano. Todos desaparecidos enquanto tomava banhos de sol e de mundo ou me arranjava para o trabalho, distraída a viver.
Para que vejam o seu sono, e nós o nosso. Mesmo que nada aconteça, ou termine.

3.9.07

Primeiro dia

Em direcção ao Norte, parar aqui para ouvi-lo cantar o que nunca se esqueceu. A voz e as palavras, com célticos e lusos re-arranjos. Tão bom!



Sérgio Godinho esteve ontem na Feira da Luz em Montemor-O-Novo.



Hoje será a vez de Pedro Abrunhosa. Numa festa onde há um pouco de tudo: concursos de mel e desporto aventura, concurso de ovinos merino preto precoce ou de bovinos de raça charolesa e torneios de malha, concursos de rafeiros do Alentejo e concursos de pesca à linha, hipismo (nunca vi tantos puros lusitanos juntos!) e cicloturismo, largadas de touros e novilhadas, teatro e exposições ("em Lino gravura sobre a história “A Maior Flor do Mundo” – de José Saramago"; "brinquedos que atravessam o tempo"), oficina de crianças, carrósseis, insufláveis, tiro ao alvo, algodão doce, e uma feira de agrícola (gado, tractores, manjedouras...) e de artesanato. Mas isto não é tudo..., comem-se as melhores costeletas do mundo no restaurante Importante!

Depois do ameno Allgarve, soube bem este banho de lusas tradições!

9.8.07

Iron Lion Zion



Jamaica II

Passear pela Costa Norte da Jamaica, na província de Saint Ann, atravessando colinas verdejantes, selvagens, por estradas estreitas de terra e restos de asfalto, até à aldeia natal de Bob Marley, Nine Miles. Aqui, onde Bob Marley viveu até aos 13 anos. Depois da morte do pai, um militar inglês, a família mudou-se para a capital, Kingston. Agora todos regressaram às origens. A mãe, Cedella, ainda é viva, festejou 91 anos há duas semanas. Vive ali mesmo, na casa-terreiro onde filho e mais família estão sepultados, como de resto é costume na Jamaica. Vemos campas nos fundos dos jardins. Os mortos continuam vivos. Bob parece vivo. O tio, aquele que lhe ofereceu a primeira guitarra, vem receber-nos, e canta também. Muitos Rasta circulam no lugar. O túmulo de Bob Marley é um pequeno santuário Rastafarian. Devemos descalçar-nos. No photos, please. Apenas nos jardins e na casa à qual voltava sempre quando precisava de descansar. O quarto simples, a cama single, continuam ali. Teve dezanove filhos mas em Nine Miles dormia só. E a sua pedra. A pedra onde pousava a cabeça buscando inspiração. Podemos tocá-la ou adormecer recostados. O túmulo é que é sagrado. Um bloco de mármore imenso numa sala mínima. Muitas imagens de Bob. Um busto sobre uma mesa à entrada. O guia Rasta fala-nos da ligação de Bob àquele lugar, a Zion, a montanha, Iron like a lion in zion... e todo o culto actual explora as suas convicções religiosas em detrimento das suas posições políticas. Quanto à marijuana, que ajudava Bob a entrar em comunhão com o mundo, continua a ser cultivada e oferecida a todos os viajantes. Mesmo se o consumo é ilegal no país (os polícias fecham os olhos e até dão umas passas). E enfim, não é propriamente oferecida. Na Jamaica tudo se paga, de preferência em dólares americanos. De resto, esse é o maior desencanto. Os herdeiros de Bob Marley fazem fortuna a olhos vistos, One Love One Heart Tipe Everyone And Feel Alright. Uma forma de ostentação da riqueza é o implante de dentes de ouro. A família de Marley tem vários. Alguns adolescentes jamaicanos alojados no hotel também... Mas o que se vê mais na Jamaica é pobreza.

O país explora até à exaustão a herança deixada por Bob Marley. Artesanato, pintura, t-shirts usam o rei do reggae como símbolo e marca da Jamaica. Existem vários museus. Visitei o de Ocho Rios. Chama-se Reggae Explosion, tem formato pop, e só é interessante porque reporta a influência de Marley noutros músicos. See the photos. It's free.



Jamaica I



Foto MRF
Nine Miles, Jamaica' 07

25.7.07

I won't cry



Jamaica Rum


Sun Is Shining


No Woman No Cry




Dou notícias no regresso ;)

22.7.07

Don't Worry About a Thing

Não façam como eu que confundi Three Little Birds (Don't worry about a thing...) do Bob Marley com Don't Worry Be Happy, do Bob McFerrin...
Estou mal. Se não fosse o Joaquim... ;)


Ouviram o McFerrin?

Gounod's 19th century adaptation of the first prelude from Bach's Well-Tempered Clavier has become his most popular song.



...mas também pode ser assim:

Victoria Taranova, soprano

Don't Worry Be Happy



... ou talvez AVE MARIA?

21.7.07

Dead can dance

Comprei o álbum Toward The Within (e Spirit Chaser, e Into The Labyrinth, enfim, tudo o que encontrei) e tenho andado a viajar pelo mundo com estes australianos. mesmo se uma imensa tristeza me invade de tempos a tempos...

The Carnival is Over


20.7.07

Amanhã Demanhã Doce Norte

1. Quando andávamos na universidade, depois de beber uns copos a mais, eu e a minha amiga G. fazíamos muitas vezes um show musical com um alinhamento muito especial. Constava sempre uma canção das Doce, Amanhã Demanhã, que cantávamos com um acentuado sotaque do norte. "Feicha a puorta, apaga as luzis, bem deitar-te a moeu lado/Dá-me um bueijo e o meu deseijo vai ficar acuordado". Ela era de Braga, e as duas, nortenhas (mesmo sem ser de gema), não tínhamos nenhuma dificuldade em dar um tom muito natural à pronúncia. Junto dos lisboetas da Universidade Nova (que por acaso eram poucos) e do Bairro Alto tivémos algum sucesso.

2. Passados vinte anos, não queria acreditar quando comecei a ouvir as minhas filhas cantar esta canção. Esta e outras das Doce, tipo "Uma da manhã, Hei"! As letras não se adequam muito a meninas de 6/7 anos, certo? Mas não havia nada a fazer. A Docemania tinha chegado cá a casa! Surpresa: quando fizeram anos, receberam o CD!

3. Agora que elas estão de férias, há sempre um momento do dia em que Amanhã Demanhã ecoa pela casa. Como elas sabem que esta é "a música da mamã e da madrinha G.", até aumentam o volume!

4. Dei por mim no duche a inventar versões diferentes desta canção. É difícil expressar-vos a emoção da descoberta, mas esta letra dá para tudo! Comecei com um swing: "Fe-cha-a-por-ta apa-ga a luUuUuUuUz". A versão cabaret alemão também fica bem, mas como não posso dançar para vocês, não sei se consigo convencer-vos. Como modinha brasileira é um mimo: "Fêche a porta, apague a luz, vem deitarrr-te a meu ladu". Enfim, demorei um tempão no duche, o que é pouco ecológico, mas saí de lá com a alma lavada. E concluí que a melhor versão é a da balada à Jorge Palma, mesmo se o estilo Madredeus também não fica nada mal. Deixo-vos a letra, decidam.

Fecha a porta, apaga as luzes
Vem deitar-te a meu lado
Dá-me um beijo e o meu desejo
Vai ficar acordado

Vem amor, a noite é uma criança
E depois quem ama por gosto não cansa
Amanhã de manhã

REFRÃO: Vamos acordar e ficar a ouvir
A rádio no ar, a chuva a cair
Eu vou-te abraçar e prender-te então
No corpo que é teu, na cama, no chão
Os nossos lençóis e a colcha de lã
Eu vou-te abraçar amanhã de manhã

Fecha os olhos, esquece o tempo
Nesta noite sem fim
Abre os braços, acende um beijo
Fica dentro de mim

Vem amor, a noite é uma criança
E depois quem ama por gosto não cansa
Amanhã de manhã


5. Saiu o Norte, e eu gosto muito do Jorge Palma.

17.7.07

Ted Lyons & His Cubs at the Silver Jubilee

Quem descobriu a pérola foi o grande Bino. Diz ele, e com razão, que o genérico de abertura do "Diz que é uma espécie de Magazine" teria ficado com mais pinta se baseado nesta cena genial...


Gumnaam(1965) - Directed by Raja Nawathe. Jaan Pehechaan Ho - Composed by Mohammed Rafi. According to its overenthusiastic trailer, Gumnaam (means "lost one") was "India's first suspense thriller". One of its musical numbers was used as the opening credits of the well-regarded indie film Ghost World.

10.7.07

Se houvesse uma canção brasileira



...que se pudesse transformar num fado e unisse os dois lados do Atlântico, ela seria Fascinação, segundo Mariza e Jacques Morelenbaum. e os dois músicos pegaram nessa canção e convenceram-nos.

Os sonhos mais lindos sonhei
De quimeras mil um castelo ergui
E no teu olhar
Tonto de emoção
Com sofreguidão
Mil venturas previ
O teu corpo é luz, sedução
Poema divino cheio de esplendor
Teu sorriso prende, inebria, entontece
És fascinação, amor
Os sonhos mais lindos sonhei
De quimeras mil um castelo ergui
E no teu olhar
Tonto de emoção
Com sofreguidão
Mil venturas previ
O teu corpo é luz, sedução
Poema divino cheio de esplendor
Teu sorriso prende, inebria, entontece
És fascinação, amor

(M.Feraudy - Marchetti)




[recordar a versão inesquecível dela, que eu sei que já estão a trautear]

8.7.07

Há uma música do povo



Há uma música do povo,
Nem sei dizer se é um fado
Que ouvindo-a há um ritmo novo
No ser que tenho guardado...
Ouvindo-a sou quem seria
Se desejar fosse ser...
É uma simples melodia
Das que se aprendem a viver...

E ouço-a embalado e sozinho...
É isso mesmo que eu quis ...
Perdi a fé e o caminho...
Quem não fui é que é feliz.

Mas é tão consoladora
A vaga e triste canção ...
Que a minha alma já não chora
Nem eu tenho coração ...

Sou uma emoção estrangeira,
Um erro de sonho ido...
Canto de qualquer maneira
E acabo com um sentido!


Poema de Fernando Pessoa


Agora ouçam e chorem...

6.7.07

Chegou a hora!


Tem uma Gilda que faz o diário de bordo das viagens do/com Gilberto Gil:

«Minha gente,

depois de um atraso de 2 horas para sairmos do Rio, chegamos sãos e salvos a nossa terrinha. Primeiro ao Aeroporto do Porto (Sá Carneiro) e de lá, de carro até aqui, nosso primeiro pouso, Aveiro (1 hora de carro).

O Aeroporto do Porto tem uma curiosidade que nunca vi em nenhum outro aeroporto do mundo: nos corredores por onde se desembarca, tem escrito no chão nomes de cidades (vi Rio de Janeiro, Caracas e Nova York) com um pequeno texto de algum escritor famoso referente a tal cidade.

Outra coisa bem portuguesa: os Aeroportos de Portugal possuem uma sigla ANA e eu uma vez chamei uma funcionária que nos acompanhava pra retirarmos a bagagem de Ana pois vi na blusa dela um broche com essas letras. E ela me disse que se chamava Manuela e que Ana queria dizer Aeroporto de Navegação Aérea. Inacreditável, pois Aeroporto já quer dizer todo o resto.

Deixei Gil no Hotel (simples e confortável) e saí com a banda e equipe mais a dupla Crocas + Daniela que, se Deus quiser, farão a minha iniciação ao mundo virtual!!! Compramos um drive para que eu possa baixar as fotos da minha máquina fotográfica e tb uma câmera, pois assim poderei escrever e vocês verão minha carinha fofa!!!

Almoçamos na Universidade daqui que é grande e parece muito boa. Já falei tb por telefone com Ana Maria, minha prima que mora aqui há anos, casada com um português (ela é filha de tio Ewald, irmão mais novo de minha mãe) e tem 4 filhas. Um dos rapazes da produção local, Nuno, é amigo de uma delas, Melina que é engenheira e trabalha com reciclagem e conservação do meio ambiente.

Agora são 18.30 hs e está bem fresquinho. Vou chamar Gil pois vamos ensaiar com Marisa, fadista jovem daqui com a orquestra de cordas da Beira sob a regência de nosso querido Jaques Morelenbaum. Esse show em Aveiro é o único da turnê que não é o Banda Larga....»


Pois é minha gente, mais logo, Gilberto, Mariza (com "z", Gilda), a Orquestra Filarmonia das Beiras e o maestro Jacques Morelenbaum vão actuar no Estádio do Beira-Mar para um primeiro grande concerto nesse espaço maravilhoso que tem lotação para 30000 pessoas e que nunca encheu, mas que o município vai pagar nos próximos dez anos, esquecendo outros projectos, é claro, mas o estádio é grandioso, como foi o revés eleitoral nas últimas autárquicas, em que Alberto Souto (PS) perdeu a Câmara para uma coligação PSD-CDS, glups, dirão que foi merecido, pois até seria se a nova presidência não fosse pior que o Beira-Mar, o clube em que ninguém se entende e que acaba de baixar de divisão, mas isso também não interessa nada, e Deus escreve certo por linhas tortas, vamos ter concerto e que concerto! Já o des-conserto no município, grande, grande, é que não sei como é que vai acabar em coisa certa! Mesmo se grandes concertos possam garantir mais uns votos...

II Festival Voz de Mulher

Nos dias 5, 6, 7 e 8 de Julho. Uma co-produção do grupo feminino Segue-me à capela e do Teatro Aveirense. Cantoras que usem a voz como forma principal da sua expressão artística. Mulheres que tenham desenvolvido investigação ou experimentação em torno da voz. O Festival reune uma série de actividades para além dos espectáculos, nomeadamente workshops. O ano passado pude ouver Meredith Monk (workshop incluído). Este ano foi a vez de conhecer a espanhola Fátima Miranda (visitem o site para escutarem a voz e perceberem o universo original desta artista). Um concerto-perfomance para voz-solo, «Diapasión». aqui sem som que o Nero Express (photoshow) não deixou.



Amanhã, às 17h, há colóquio com Fátima Miranda. Vejam aqui toda a programação.

27.6.07

BS #7 Lady sings the blues

Quando nasceu, a 7 de Abril de 1915, a mãe de Eleanor Fagan Gough tinha apenas 13 anos. O pai tinha quinze e abandonou-as pouco tempo depois, seguindo viagem com uma banda de jazz. Eleanor comeu o pão que o diabo amassou. Começou a cantar para sobreviver, num bar de Harlem. Tinha quinze anos. Actuou em várias casas até John Hammond reparar nela, e foi através deste músico-produtor-crítico musical que ela gravou seu primeiro disco (1933): na companhia do rei do swing, o clarinetista Benny Goodman. Era o real início de sua carreira. Atingiu a celebridade, apresentando-se com as orquestras de Duke Ellington, Teddy Wilson, Count Basie e Artie Shaw, e ao lado de Louis Armstrong.
Eu descobria-a aos dezoito anos. E esta voz triste, que às vezes parece arrastar o corpo, outras vezes chamar-nos para o amor, que nos dá vontade de dançar ou de beijar, ainda me surpreende. Está viva. Não podem ter passado já (quase) cinquenta anos desde a sua morte! Reconhecemo-nos ainda, tanto, nos seus versos e no modo como os canta...

BILLIE HOLIDAY



EMBRACEABLE YOU (Gershwin/Gershwin)



CHEEK TO CHEEK (Irving Berlin)



THE VERY THOUGHT OF YOU (Ray Noble)



MY MAN (Charles/Pollack/Williametz/Yvain)


Fotos de William P. Gottlieb, The Golden Age of Jazz

26.6.07

Suggia


A Associação Guilhermina Suggia e a Câmara Municipal do Porto têm a honra de o convidar a assistir à colocação de uma placa evocativa na casa onde viveu e morreu a Grande Violoncelista – Rua da Alegria, n.º 665, Porto. A placa, da autoria da Escultora Irene Vilar, será descerrada no próximo dia 27 de Junho, às 18.30 horas.

GUILHERMINA SUGGIA viveu
nesta casa de 27 de Agosto de 1927 a 30 de JULHO de 1950. Amanhã, 27 de Junho, comemora-se também o dia do 122º aniversário do seu nascimento.

Se ainda não sabem quem foi esta ilustre portuguesa, consultem
o site da Associação que se dedica ao estudo e à divulgação e dignificação do espólio, da arte e da memória da violoncelista, ou a biografia da artista na página do Instituto Camões, escrita por Fátima Pombo, autora da obra "GUILHERMINA SUGGIA ou o Violoncelo Luxuriante".

23.6.07

Because the night belongs to lovers

... e por falar nela, quem se lembra desta canção?



[This one is for you, Paula]

take me now baby here as I am
pull me close, try and understand
desire is hunger is the fire I breathe
love is a banquet on which we feed

come on now try and understand
the way I feel when I'm in your hands
take my hand come undercover
they can't hurt you now,
can't hurt you now, can't hurt you now
because the night belongs to lovers
because the night belongs to lust
because the night belongs to lovers
because the night belongs to us

have I doubt when I'm alone
love is a ring, the telephone
love is an angel disguised as lust
here in our bed until the morning comes
come on now try and understand
the way I feel under your command
take my hand as the sun descends
they can't touch you now,
can't touch you now, can't touch you now
because the night belongs to lovers ...

with love we sleep
with doubt the vicious circle
turn and burns
without you I cannot live
forgive, the yearning burning
I believe it's time, too real to feel
so touch me now, touch me now, touch me now
because the night belongs to lovers ...

because tonight there are two lovers
if we believe in the night we trust
because tonight there are two lovers...

20.6.07


BS #6 Summertime


Porgy lived in the Golden Age. Not the Golden Age of a remote and legendary past; nor yet the chimerical era treasured by every man past middle life, that never existed except in the heart of youth; but an age when men, not yet old, were boys in an ancient, beautiful city that time had forgotten before it destroyed.

Summertime é o nome de uma ária composta por George Gershwin para a ópera Porgy and Bess. A personagem Clara canta-a no Acto I e II, Bess canta-a no Acto III. A letra da canção foi escrita por Ira Gershwin e DuBose Heyward. Heyward é o autor do romance, Porgy, e da peça com o mesmo nome, que escreveu em parceria com a mulher, Dorothy Heyward. A peça estreou na Broadway, no Guild Theatre, em Outubro de 1927 (e teve 367 exibições). A ópera de Gershwin, uma nova adaptação do drama passado na Catfish Row, foi criada em 1935.

Muitas vozes interpretaram divinalmente esta canção. The Summertime Connection inclui mais de
4000 versões. Escolhi a versão de SARAH VAUGHAN.





Mas também podia ter escolhido ELLA FITZGERALD e LOUIS ARMSTRONG:




Summertime,
And the livin' is easy
Fish are jumpin'
And the cotton is high

Your daddy's rich
And your mamma's good lookin'
So hush little baby
Don't you cry

One of these mornings
You're going to rise up singing
Then you'll spread your wings
And you'll take to the sky

But till that morning
There's a'nothing can harm you
With daddy and mamma standing by

Summertime,
And the livin' is easy
Fish are jumpin'
And the cotton is high

Your daddy's rich
And your mamma's good lookin'
So hush little baby
Don't you cry



Fotos de William P. Gottlieb, The Golden Age of Jazz

18.6.07

BS #5 Bocochê

Elis Regina no Fino da Bossa ao vivo (gravações dos anos 65, 66 e 67)
- Download dos 3 álbuns aqui.


A TV Record, interessada em catalizar toda a movimentação à volta da música popular brasileira, resolveu fazer um programa, O Fino da Bossa, convidando Elis Regina e Jair para apresentadores. Gravavam ao vivo, nos dois teatros da TV Record, o Consolação e o Record Centro. Com a sua política de convidar novos e antigos, O Fino da Bossa mostrou a obra e, pela primeira vez, o rosto, da constelação de astros que estava à frente da música brasileira. Elis, então em início de carreira, apenas com 20 anos, mostrou que também podia comandar um show de televisão daquela envergadura. O programa de estreia foi gravado a 17 de Maio de 1965 e pode ser escutado no volume 1.

Para todos, havia já o pressentimento de que algo histórico estava a acontecer. Zuza Homem de Melo, responsável pela sonoplastia dos programas, fala da febre de compôr que se vivia na época, "instigada ainda pelas reinvindicações da classe artística, consequência da situação política vivida pelo Brasil pós 64". O tema do genérico era um trecho instrumental de
Terra de Ninguém: "Quem trabalha é que tem/Direito de Viver/Pois a terra é de ninguém".

Surgiam novas músicas semanalmente. O Canto de Ossanha, de Vinicius de Moraes, foi terminado num ensaio. Elis cantava, escolhia o que cantar, e tornava-se assim a porta-voz da classe musical brasileira.

A canção
BOCOCHÊ (Baden Powell - Vinicius de Moraes), da minha banda sonora, pertence ao volume 2 estas gravações originais No Fino Da Bossa.

Menina bonita pra onde "quo´cê" vai
Menina bonita pra onde "quo´cê" vai
Vou procurar o meu lindo amor
No fundo do mar
Vou procurar o meu lindo amor
No fundo do mar

É onda que vai
É onda que vem
É vida que vai
Não volta ninguém

Foi e nunca mais voltou
Nunca mais! Nunca mais!
Triste, triste me deixou

(Nhem, nhem, nhem)
É onda que vai
É onda que vem
(Nhem, nhem, nhem)
É vida que vai
Não volta ninguém
Menina bonita não vá para o mar
Menina bonita não vá para o mar
Vou me casar com meu lindo amor
No fundo do mar
Vou me casar com meu lindo amor
No fundo do mar

(Nhem, nhem, nhem)
É onda que vai
É onda que vem
(Nhem, nhem, nhem)
É a vida que vai
Não volta ninguém
Menina bonita que foi para o mar
Menina bonita que foi para o mar
Dorme, meu bem
Que você também é Iemanjá
Dorme, meu bem
Que você também é Iemanjá
Dorme, meu bem
Que você também é Iemanjá
Dorme, meu bem
Que você também é Iemanjá




Bónus:

ÁGUAS DE MARÇO (ELIS E TOM JOBIM)

PENTE QUE PENTEIA